Ela está no reflexo da minha lente. Mesmo quando não penso em nada, é ela que não sai da minha mente. Se penso amor, penso nela. Se penso terror, lembra-me ela. Se nada penso, penso que não estou a pensar nela. Se durmo, é ela quem abraço, Se sumo é nela que a saudade bate, Se enlouqueço é na compreensão dela que me encontro. Logo me canso de tanto pensar.. Me enoja estar tão presa; caça capturada, trancada e treinada. Saio para ver gente, encho a cara como indigente, sento no bueiro e cumprimento o pedreiro que compartilha da minha garrafa. Tanta música, tanto sal com limão, tantos olhos e direções, Aí não penso mais, Vou aonde acabar indo e fui. E quando vejo estou em casa a olhar para ela. Se isso não se chama casamento, então me diga você o que é. E se não se chama amor, eu não sei mais o que vão inventar. No fim até eu acabei inventando, Alguma coisa que só eu e ela vivemos e o resto todo desconhece.