Eu lembro de flashes. Além dos flashes do meu trabalho, vislumbro, também, flashes que eu chamo de vida. Só vejo partes, pedaços, peças de um quebra cabeças desmontado. Às vezes teu rosto é meu, eterno amante de vidas passadas. Conforto no peito, sorriso direito e aliança brilhante, Fome nos olhos, força nas mãos e suor na pele.. A luz dispara, meus olhos escurecem e cegam por segundos Mergulho no fundo infinito desse quebra cabeças E já estás em preto e branco. Olhos distantes, face subexposta, da tua boca uma língua sussura interrogações. Me assusto e desconheço, não gosto e me enojo, recolho e não me mostro. Vou para fora, para a luz do sol. O dourado me enriquece com calor. Já alí, te vejo parada. A contra luz contornado seu corpo e cabelos. Parece revestida com fogo, e seus olhos refletem a mesma ira. Te reconheço um pouco, te gosto outro pouco, Fito-a como se não a conhecesse e admiro cada detalhe, Ali me surpreende e me tem por perto, inteira, e de novo.