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Mostrando postagens de 2009

rebirth

Deixe-me experimentar a glória, sentir o vento do abismo sobre meus cabelos, tomar venenos e antídotos diariamente, enlouquecer e voltar à sanidade, viver e morrer. Deixe-me experimentar a vitória, andar em nunvens, viajar para os maiores paraísos e desafios. Que eu suba na montanha mais alta com meus próprios meios e méritos e finque a minha bandeira de poder. Que meus olhos lancem os olhares mais marcantes Que minhas palavras sejam profecias a serem seguidas Que meus atos sejam só meus. Que eu desfrute dos prazeres mais insanos possíveis, me apaixone e faça apaixonar diariamente, sem falta. Que minha poesia seja minha respiração, Que meu amor se intensifique como a chama quando assoprada e que minha paixão ache morada em minha pele e nunca morra. Deixe-me ser obstinada, epicura, inconsequente e menos inconsequente. Deixe-me encantar com meus acordes e melodias, hipnotizar com minhas palavras. Que eu consiga todas as coisas as quais realmente desejo. E muita força pra 2010. Feliz ano

devaneio

Estou a horas tentando encontrar alguma dádiva que possa ser comparada à minha dama. Alguma estrela mais brilhante que o sol para ilustrar o brilho que teu olhar irradia, E gosto mais doce que do beija-flor, que já tocou os lábios de todas as flores da primavera, para descrever o quão doces são teus lábios. Talvez deva desistir. Eu, pobre poeta sem palavras, frustrada por não encontrar tamanha beleza em outro lugar.

as mesmas montanhas congeladas

Sempre gostei de amores platônicos. Alí paradas em seu pedestal, e eu, mero súdito, ajoelhada humildemente a fitar seus olhos. O caminho é o mesmo que já fiz tantas vezes mas ainda tem gosto de adrenalina. Os cigarros são inúteis para o semblante apreenssivo. Eu sei que não tem novidades, não tem o ar sereno de um primeiro aceno, não tem minha bagunçada no cabelo pra tentar fazer charme, mas é um caminho que me atrai e sempre atraiu. Vou e volto como em um passeio turístico pela minha própria terra. Meu único segredo vai continuar bem guardado por detrás de meus olhos pedintes de súdito. Eles quase me denunciam, mas sei disfarçar! Sei fingir com a desenvoltura de um artista, ensaiando uma cena de malandro de bem com a vida. Escondo que na verdade estou trêmula no corpo e nos pensamentos e queria saber até agora que força foi aquela que me impediu de ficar parada, estática, e fez-me continuar os passos. Foi-se a monarquia, mas ainda sou um súdito, camponesa distante que colhe maçãs e es

seria uma sereia, ou seria sol?

Eu cansei de ser só feita de papel. A pele pálida ao vento, um cigarro na boca, os olhos observando a avenida movimentada onde almas individualistas transitam. E meus pensamentos, ah.. estes vagam por horizontes totalmente diferentes, visitam céus tempestuosos e límpidos.. tudo num piscar de olhos, num cair de flores, num soprar do vento. O vento, o mesmo que toca minha pele leva minhas idéias para longe e para perto. Insistente, vai.. mas sempre volta. Eu cansei dessa sensação de impotência. O que me assombra vou deixar me dominar, dominar tão profundamente que irá me libertar de uma vez por todas. E que me domine até eu não ter mais ar nos pulmões, que essa angústia me encha por inteira. aí terei algo em meu peito. algo completo e cheio. E quando me encher completamente dessa sensação, vou deixá-la ir em paz. e eu estarei em paz. Talvez com uma sutil companhia que me faça bem, talvez sozinha com as agradáveis companhias que descobri ultimamente. E não vai ter mais imaginação voando c

conto sem nexo

A chuva caía insistentemente na superfície inquieta da piscina. Ela observava pela janela aquele céu acinzentado, ouvia os murmúrios da água contra a janela, pensava que preferia ficar em casa, mas que não aguentaria o sufocar do descaso que sentia. Seus planos foram traçados naquela mesma semana, até um certo impulso a havia carregado para aquele momento. Passara o dia com sonhos que agora foram levados com a água, a mesma água que batia em seu rosto no caminho escuro subindo a rua Pamplona. Aquela situação não poderia se repetir, foi somente um beliscar de raiva para que ela bambeasse em sua sanidade. Rumou a contra gosto para o mesmo inferno do qual estava acostumada, bebeu a mesma coisa que sempre bebia, conversou a mesma conversa de sempre. A única diferença era que sua companhia a compreendia, riam até a exaustão, dançavam como doentes de um sanatório, eram irmãs em uma bolha, não pensavam em mais ninguém. De repente ela percebeu que seu desgosto se transformava em fome, ela tinh

romantismo de quinta série da universidade.

Cada olhar é uma luz que pode guiar O caminho escuro que a alma às vezes cria São sempre dois fachos de luz, lado a lado Pra iluminar completamente a areia movediça . Dois saem do ambíguo e se tornam oração De palavras sempre ditas, repetidas e marcadas Palavras que não são somente palavras, São prosas, versos, sonetos Musicalização das batidas apressadas no peito. É a perdição em meio à música desse um só ser que nasce Ela parece não sair do ar Toca ao ouvido a cada nova manhã e a cada entardecer E soa tão sublime quando os dois cantores se unem Que se torna parte das paredes, quartos, camas e sonhos. Súplica: Meu deus, que romantismo tolo é este Que me faz escrever coisas de amor Até quando não tenho porquê?

monólogo na varanda

Eu tenho tanto sol em meus olhos Ele ilumina os caminhos alternativos da minha rua É bom mudar o caminho de casa, Bom optar por novas travessas, ver outras flores. O caminho não se torna cego aos meus olhos deste modo. Eu preciso derramar quilos de qualquer coisa adocicada nesta saleira para o gosto doce voltar aos meus lábios. Preciso do que é doce de volta. Ainda soa para mim como um desafio, uma batalha perdida que vai resultar na guerra vencida. Talvez seja sadismo de minha parte me deliciar com isso, talvez seja estratégia ou sentimento. Presumo que ninguém conhece a resposta, nem mesmo quem deveria saber, nem mesmo a vizinha jeitosa do 36. Eu a vejo da varanda, despreocupada na piscina. Sua vida é somente dela, seus pensamentos são do protetor solar. Ela sabe sobre mim somente o bastante. Ela sabe sobre mim o mesmo que eu sei. A única diferença é que eu sei Que eu adoro uma guerra.

it's life, dudge

O filme acabou. Apagaram-se as luzes e a modelo desceu da passarela. Terminou o livro. As cortinas vermelhas se fecharam. A chuva passou, a música nova parou de tocar. O almoço foi retirado, mas tudo bem. Já comi bastante, matei minha fome. A última balinha de goma já foi digerida e a última bolacha do pacote virou migalha por aí, não gosto de doces. As portas da casa noturna se fecharam com medo do dia, os cigarros estão em pontas, o copo metade vazio. O texto se tornou um ponto final, a luta acabou em nocaute ainda nos dois minutos. O palhaço cessou o sorriso e lavou o rosto em sua casa de papelão. O trem passou e se foi, o despertador tocou mais de sete vezes. Cara, acabou a luz! Foi-se a monarquia.

novo rock das folhas

Gostaria de saber quando as coisas morrem A partir de que ponto, que palavra, que olhar. É tudo claro e ao mesmo tempo embaçado Os copos de água parecem ter gosto de vinho E o vinho se esconde na adega com gosto de água sem gelo. Talvez tudo não passe de sacolinhas de plástico Descartáveis e frágeis, pálidas e rasgadas. Talvez eu seja pesada demais para tanta delicadeza. Eu provei do vinho e me encantei com o sabor tão sofisticado Mas ele é traiçoeiro, depois de um tempo me derruba e engana meus passos. Me vejo agora com o que tinha, meus copos de água gelada de um frigobar que não é meu Eles me fazem bem, até certo ponto. Me recordam o inverno com as madrugadas frias, olhando o ventilador. Tardes frias no parque quente, pombas assassinas Saltos na relva abundante. Pobres duendes, arruinei sua festa! Os days after são péssimos, só criam monólogos internos exteriorizados. Desconexos. Somente sei que agora descobri outro parque. Outra bolha, outra lógica. Soa bem clichê, mas agora It'

se alguem souber a receita..

Fiz um comentário num blog e gostei do que saiu, então veio pra cá. Intenso. É isso que define quando perdemos a alma por um amor. Quando caímos nesse turbilhão de pensamentos inseguros, nessas meiguices ridículas do romantismo, nesse caos que o ciumes causa. Sem a intensidade não há paixão, sem a paixão o amor não tem graça. A paixão nos faz perder o controle, isso pode ser bom e pode ser ruim. No meu caso as vezes pende para o lado ruim. infelizmente! mas isso é inevitável. Por mais amor, intensidade e paixão que se tenha também é necessário o momento certo. Senão as duas almas caminham para lados diferentes. E também é preciso saudade, por mais torturante que seja. a saudade é fundamental! Esse rock antigo ainda está parecendo um heavy metal desengonçado. Só depende de quem?

definição

Eu escrevo sobre coisas desconhecidas, ilógicas, perdidas. Escrevo para tentar ouvir o que a folha de papel sussurra ao receber minhas prosas. Os profetas de minha existência são, infelizmente, mudos. A folha só me mostra o que eu quero ver, o céu não ensinou a língua portuguesa ao vento, seu mensageiro, e o resto não sabe sobre a minha alma. Eu escrevo só juntando. Juntando emoções e letras desconexas que formam uma trilha para o meu interior. Meus textos são demarcações que me decifram por inteira, me dão de bandeija, me servem com arroz, feijão e fritas na mesa do bom entendedor. As minhas palavras flutuam em diversas dimensões. Partem de fora para fora ou do coração para fora. Essa diferença só depende de quem cruza meu caminho, se viajante ou importante. Me importa o que vem, mas não suporto o que se vai. E tantas coisas já se foram para uma outra viagem. E tanta coisa não pôde mais voltar. Eu sou viajante de mim mesma. Entro e saio, chego e me vou. Sou viajante de todos, ando a o

estudo sobre a solidão

Solidão. É estar só. E só. E só nos dias e noites que se arrastam através da janela. Só, somente. Apenas só. A solidão é um estado de espírito, estado de sítio. Total ausência e falta. A falta é a única que comparece. É a sobra de distância, abstinência. Pode ser a falta de amor ou a presença de um amor ausente. Eu não sei lidar com a minha solidão, às vezes a desejo, outras vezes amaldiçôo. Clamo por sua apetitosa mordida que me retira deste mundo e me leva para o dela Mas, uma vez lá, sinto o gosto desgostoso da podridão dos meus pensamentos sós. Ouço o eco dos vermes carcomendo minhas paredes. Converso com as sementes de minha paranóia. O eterno paradoxo da solidão, o furacão que impulsiona para longe ou que afunda nos breus da alma. Eu procuro andar no meio desse turbilhão extremista Bambear para os lados pode ser letal para minha sobriedade sobre quem sou, e perdê-la significa perder vinte anos de estudo.

que leseira, meu Deus!

As palavras de quem foi passado atiçam minha mente. Frases reconfortantes, mais macias que tecido de seda. Elas tentam me abrir os olhos para sombras que não vejo, sombras de mim mesma. Certas pessoas me conhecem mais do que meus anjos. Eu acordei do que podia ser um sonho ou um pesadelo. Talvez pesadelo que eu tentava transformar em sonho, mas fui infeliz. Ou talvez eu nem estivesse dormindo, apenas cochilava em meio aos desejos envolventes de minha insana alma. Mas o que fica nesta alma marca feito fogo por entre os caminhos tortuosos Eu estou em pé diante de um abismo banhado de rochas brilhantes, amarelas. Ele me chama para perto mas, quando me jogo, me machuca e fere Sento-me na beirada a observá-lo, pensando qual seria o remédio que me curaria nesta queda. Talvez consiga ir planando para meu destino sem ter que me ferir nos espinhos que amortecem Ou talvez só tenha que me acostumar com a dor. Acordei, acordei deste sonho com tendência de pesadelo. Na verdade, eu tenho medo de alt

''monólogo''

Já até enjoei de mim pensando nela. Queria que alguma outra coisa entrasse em minha cabeça. [neste momento imaginei passarinhos numa árvore] Besteira, isso também é coisa de gente apaixonada!

Lisa e Gretzel

Minha história começa com alguém que afundou nos mares gélidos da costa austríaca. Foi uma garota moradora das montanhas, criada nos vilarejos interioranos formados por conventos, agrupamentos humildes de camponeses e casas luxuosas do outro lado do lago. Os campos encarpetados de edelweiss, o céu sempre azul, a música do vento a bater nas imponentes rochas altas e cobertas de neve ao topo. Ela adorava aquelas montanhas, as conhecia como se fossem parte de seu ser. A brisa das cordilheiras tocava seus cabelos louros e fazia voar-lhe pétalas amarelas de rosa. E o lago.. Ah, como ela apreciava aquele lago. Pena ser tão congelante para sua pele. A água tão clara quanto teus olhos, tão apressada e rica em carpas que pulavam insistentemente por cima das pedras, formando um borrão avermelhado em meio ao azul e ao brilho do sol. Pena os ursos não acharem a água tão fria assim. Cresceu cantando pelos campos, colhendo maçãs nas propriedades vizinhas, cresceu com os pés no chão. Mas como toda me

voando como colibris

Este é um testamento. Últimas palavras de um ser que se foi e escreve para deixar algum legado a quem lê. O dia passando pela janela. Nasceu o sol, que depois se foi, e nublou como que se preparando a chuva, que ainda não caiu. Talvez quando ela cair eu já não esteja mais aqui. O cigarro me nutre, fortifica meu corpo como alimento, e a MPB no rádio musifica meus ouvidos e diminui o tormento com o barulho ensurdecedor do silêncio. Pra quem fica eu deixo amores abandonados e pela metade, lembraças de risos calados. Pra quem vai comigo eu espero que tenha sorte e muita coragem. Eu vou com a cabeça erguida porque sei que somente esta é a cura para o que resta. O que nasce do fogo se fortifica. Sinto a energia correndo por todo o meu corpo, talvez seja a energia necessária para a partida. Sei que tenho que ir embora, vou renascer em outra dimensão e deixar o que eu amo em paz. Me livrei das amarras, vou pular para os céus e voar feito um colibri. Últimas palavras de um ser que se foi para q

''Em fase de implantação.''

É novo este horizonte que vejo. Brilha e agita as árvores como uma tempestade de adrenalina em cada parte do corpo. Tempestade recém-nascida, granizo cheio de orbital. Ele cai e toca meu rosto, penetra minha pele e infecta suas substâncias em minha corrente sanguínea. Viciei-me nesta insanidade, quero respirá-la, sentir teu gosto, comer tua essência. Tudo torto, tudo reto. Não tenho mais dúvida sobre em qual das três dimensões quero viver. Vivo em uma, respiro esta, sonho com a outra. Mas consegui juntar as três e transformá-las em somente Vivian. E só. Três se tornaram uma. Enxergo clarezas que antes as sombras me escondiam. Eram somente fantasmas e agora se mostraram fortemente explícitas aos meus olhos. Tão agressivas, mas necessárias! porque comigo só funciona desse jeito. Talvez sejam resquícios de sadismo, ou até mesmo a reação do meu corpo ao ver que já recolhi meus pedaços. Nesse monólogo sem pé, cabeça, olhos ou sequer alma eu concluo para mim mesma que enfim terminei de recol

prefácio

Está tudo cinza, nebuloso Era pra ser mais suave, mas às vezes a saudade que bate me desmonta contra as paredes As pixações das paredes, as ruas carentes de emoção Tanta coisa e ao mesmo tempo pouca coisa. O céu me enfeitiça, me enfeitiça o aroma dela. É pra cima que eu vou. Já abandonei tudo aquilo.. Agora eu romanciei minha vida. e ponto final.

adorável flor da primavera

Eu sou a artista. Jogo as cores, desenho linhas, misturo nuances. Estas paredes estão tatuadas com os diversos olhares e sorrisos, e não sei o que fazer com tantos riscos que esboçam o meu apartamento. É tudo novo, a primavera chega apagando com sua beleza e suavidade todas as outras estações que já se passaram pela minha janela. Desejo-a inteira, completa, bela. Mas só para mim. Me invade um medo de que ela vá embora, e volte o calor insuportável do verão sem flores, Que tento fotografá-la para não esquecer de sua beleza. Assim ela sempre estará alí. Mais fácil seria desenhá-la em minhas paredes e poder vê-la sempre que despertar. Eu sou a artista. Quero encontrar cores para poder reproduzí-la do modo mais bonito. Traçar as sombras como se o sol escolhesse o ângulo perfeito para minha visão. Contornar sua forma, entender seu significado. É primavera. E ela brilha do lado de fora de minha janela. Em meu quarto o brilho é do sorriso de menina, do olhar de mulher. Da ausência de palavras

you taste like honey. tell me, can I be your honey?

Eu sinto meus olhos cerrados, a boca semi-aberta e o rosto levemente abaixado. Um brilho de malícia, as mãos no bolso, um cigarro aceso na mão. Os pensamentos que a sua ida deixa fervilham minhas idéias. Talvez esteja sendo possível.. Você desperta meus piores demônios e meu presépio inteiro em um segundo, Revela uma fusão harmônica entre idéias opostas. Manchou todos os meus dias com o seu olhar, os olhos amendoados e delicados. Olhos de ressaca, talvez. Esperando que eu caia em um redemoinho para longe de minha sanidade. Não tenho medo de temê-los, como não tenho medo de enfrentá-los. Minha máscara está caindo, batendo na sarjeta da calçada e colidindo com meu rosto, E eu que nunca pensara que esta sensação pudesse ser boa. O mundo brilha mais, será coincidência do dia? O colírio que és para meus olhos talvez clareie minha visão. Pouco tempo, muitas sensações.. Mas como proceder diante de uma mulher dessas? Nova, totalmente inédita. E mal sabe ela sobre o poder que incide. Torço para

cobras, cobranças, cobrinhas

Como é que pode tanta hipocrisia, tanto veneno. Tanto veneno infecto saindo pelas bocas cheias de tentáculos de cada pessoa. Tanto veneno. Ele se dispersa com cada palavra, sílaba e acento meramente calculado. Tanto veneno. E só. Pra nao engolir mais veneno, eu me recolho. Mas o que bate, volta.

filosofias de universitário

Pessoas são como acordes. Cordas, notas, dedilhados, vibração, som. A música que vai sair só depende delas. O jeito que você vai tocar, só depende de você. Eu quero o rock antigo. As guitarras simples, mas vibrantes; a batida apressada, o baixo atordoante. Mas os acordes, estes devem ser os mais complicados possíveis. Difíceis de serem reproduzidos. Muitas tentativas, muito treino, Porque se for fácil, não tem graça.. não para mim. É a dormência nos dedos que engrandece a posterior reprodução do som. Pessoas são como acordes. Cada acorde forma um tipo de música. Eu sei bem o tipo musical que quero. Mas sempre.. Pessoas são como acordes.

come feel it

É quando o cair da noite vem.. O barulho insistente do ventilador a ranger no teto na tentativa de espantar o calor. Vem o calor, vem a falta da luz, vem a sobra da sua falta. Como pode essa falta sua sobrar nesse espaço apertado do meu quarto? Desconhecido. Assim como você, uma quase desconhecida. Pudera eu me encantar pelos teus olhos, pelo teu sorriso perfeito, pela tua risada espontânea, pelo conjunto do teu rosto quando se concentra a observar o meu? Falta, ela preenche a minha noite ao som de Cranberries e Coca-Cola. E enquanto eu me estendo em minha cama para escrever este texto, de repente me pego sentando em somente 1/8 do colchão. Só me falta sorrir agora não é? E este sorriso de pura malandragem vai te envolver e trazê-la para o meu mundo, Não é um mundo de brincadeira, é um mundo de concreto. Mundo de papel e caneta na mão e assinatura de contrato! Quero dar as chaves do meu apartamento e chegar em casa com a surpresa que me prometeu. E aí.. eu vou sorrir!
Eu gosto de coisas leves, aprecio o diferente. Olhar desafiador e exigente. Sinto que a névoa está se dissipando em uma ótima vista do horizonte Eu quero colocar os pés no chão depois do voo de asa delta, Viver sem limites, mas aprender a ter os limites necessários.

''Romance de outono''

E então é assim? Eu despenco de um abismo, me estouro nos rochedos, tento resistir e chegar até a orla. Lá na beirada há uma grande árvore repleta de folhas tão esverdeadas que me fascinam. Seu tronco tem a coloração clara, com lascas mais escuras formando um quase dalmateado, É tão alta e imponente que meus olhos não enxergam seu fim. Eu me aproximo desta maravilha da natureza, primeiro escrevo meu nome em sua madeira macia, Depois sento a seu lado para me proteger das chuvas, seus grandes e diversos galhos me protegem do granizo. O brilho do sol deixa-a tão linda que me apaixono por ela! Enfeito seus galhos, nutro sua terra, e assim dançamos todas as noites contra o vento. E será que tem mesmo que ser assim? Certa noite uma tempestade torrencial atinge nosso precioso altar, E ele amanhece repleto de rochedos, pedras pontiagudas, areia grossa, espinhos jogados à grama. Minha linda àrvore acorda enegrecida de tanto entulho, Lá se vai seu brilho, pobre paixão sublime de minha vida! Noss

"As Crônicas de um Casaco Usado"

Era uma quinta-feira do final do mês de Maio, o outono caía junto com as folhas avermelhadas das árvores e dava lugar ao inverno e à neblina. As ruas já estavam dominadas pela névoa enquanto eu voltava lentamente para meu apartamento, era pouco mais de dez da noite e, novamente, estaria mais cedo em casa justamente para compartilhar meu fim de noite com uma garrafa de Wisky BlackStone. Estranhos eram meus pensamentos, estranha era a forma como as estrelas brilhavam para mim. Talvez com um pouco de álcool conseguiria compreender o rumo para o qual minha vida estava indo. A felicidade estampada em meu sorriso, mas a tristeza tatuada em meus olhos. Me sentei na beirada da cama com meu copo cheio de sonhos perdidos, estava sozinha, só acompanhada pelo ritmo da banda anos 80 que tocavano rádio. Estava aliviada por ter de volta minha esposa, a qual eu perdera por algumas semanas por motivos desnecessários. Agora novamente podíamos ficar juntas e o céu parecia ter ficado mais anil de uma hora

Clichês? Menos, por favor!

O oxigênio parece nao cumprir as necessidades fisiológicas. Ela está sentada em sua cama fitando o teto com apatia e pensamentos desconexos. As pessoas que entram por sua porta são desconhecidas e estranhamente pálidas, seus olhos não reconhecem aquelas expressões mas, mesmo assim, fingem compreendê-las para poupar explicações quilométricas. As paredes do quarto se contraem sobre ela como um pulsar de um grande coração.. seria ela o sangue daqueles cômodos que a tanto tempo nao abandonava? Talvez já faça parte daquele pequeno universo e tenha medo de abandonar sua caverna, onde ela pode se esconder e esconder seus monstros para somente atormentarem a ela. A defesa do mundo custava suas forças e, assim, os monstros feriam só ela, mais ninguém. A janela semi serrada com as cortinas esvoaçantes brilhavam um negrume fétido que tirava sua fala e a lançava de volta para os pensamentos que tentavam se completar. Tacos.. Os tacos cor de madeira clara já sem brilho algum criavam um chão que a c
Desde já, só quero estar Com quem me serve E, de resto, serei breve. "Amo a liberdade! Por isso as coisas que amo, deixo-as livres, se voltarem foi porque as conquistei, se não voltarem, foi porque nunca as tive.'' Saint-Exupéry Sem ação, agora vai dizer que é jogo. Mas na verdade não se sabe o que é. Pode ir de amor inocente até guerra de gigantes, nem o próprio pensamento classifica. O ego as vezes se sobressai um pouco demais acompanhado pelo instindo. Os versos são psicografados todos para uma certa musa. É difícil penetrar nesse mundo, mas feito isso, todos os caminhos ficam abertos. A inquietude em relação a injustiça sempre à flor da pele. A revolução no canto e nos riffs da guitarra. A discrição e a extravagância. Os vícios e as defesas. O olhar perdido, a mente fluindo. A escolha, a diferença, a anomalia, a felicidade. Os exageros guiados pelo desejo do álcool. A viagem dos entorpecentes. A natureza insaciável, caçadora. Cheia de indiferença, personalidade egocên
Só mesmo as pequenas coisas e causas são capazes de criar as verdadeiras felicidades. Este é somente um lembrete que deveríamos entender todos os dias.

Serão os deuses, astronautas?

Tem tanta coisa errada no mundo. As atitudes erradas são responsáveis por toda a dor do ser humano, e os erros.. ah, os erros não deveriam ser somente dos homens, mas também dos deuses. Deuses estes no contexto de todo o universo. Para mim os deuses estão no soprar dos ventos, na noite escura, no sol que brilha. Sim, são deuses porque estão a nos acolher e vigiar e não há melhor coisa do que se sentar embaixo do Deus sol para apreciar a vista do Deus lago, gerador de vida marinha e brilho nos olhos ao refletir os raios. Essas situações criadas por eles, algumas até combinadas, ensaiadas para nos levar a certas formas de agir, criam atitudes que nem sempre serão as certas a tomar. Ah! se tudo pudesse ser apagado, se as escolhas pudessem ser experimentadas, se houvesse o ''tentar novamente'' com outro personagem do Mortal Kombat que não fosse somente a Li Mei.. Pena que somente suposições e desejos não constróem a vida, e nem nos guiam por ela. Mas sorte, sorte que apesar

Cavernas

Respirando nós nos mantemos vivos. Mas é necessário muito mais para realmente nos sentirmos vivos, sobreviventes de uma jornada rumo a não sei o que. É muito fácil viver esperando, viver somente assistindo, ser um figurante em um comercial de lojas de conveniência. Se esconder em sua caverna-casa, ou caverna-cabeça, retirar-se do mundo, privar-se das pessoas. Você até pensa que tem o bastante, sabe que não está feliz mas leva essa rotina fétida e acostuma-se. É muito fácil ficar à parte das situações, fechar as janelas para o sol, não se interessar pela política do país, achar normal um acidente por imprudência em plena marginal. Seguir uma novela é mais interessante do que assistir aos jornais e ver a desgraça e os avanços da ciência. Pra que saber o que está acontecendo, não é? Nada te afeta. No seu esconderijo você é imune às imundícies mundanas. Precisa de você e só. Está tudo escuro e frio, porém não é necessário calor.. o frio conserva mais a carne.

À caminho da prisão

O vento gélido balança as folhas das árvores . Um sombreado pálido se projeta em torno de seus galhos.. culpa da lua, que brilha tão redonda quanto uma bola de bilhar. As nuvens tímidas rumam lentamente para a direção leste, exatamente na mesma direção que ela caminhava. Seu cigarro sempre preso à mão direita, que periodicamente alcançava a boca em pequenos tragos. Os olhos atentos à rua deserta e negra, as poucas luzes que surgem no horizonte são dos postes de luz que brilham fracos por detrás dos prédios e arbustos mal cuidados. O asfalto emana uma frieza que gela suas veias, seu allstar congela e transpassa a falta que a noite trás para o resto de seu corpo. A noite.. ausência de luz, ausência de movimento, ausência de pessoas, ausência de limites. Qualquer álcool já é o bastante para aquecê-la. O jeito displicente e a falta de rumo a guiam para os lugares dos quais ela pertence. E aonde mora, a garota se perde. Se esconde por entre as paredes, se tranca embaixo do ralo, sacrifica m

''Rumo subliminar''

De nossas bocas saem palavras, palavras estas que são sons. Sons, que são fonemas. Fonemas, que são barulhos significantes de alguma forma para o emissor e que de algum modo serão recebidos pelo receptor. Há nisso tudo um início. Talvez um impulso elétrico produzido pelo cérebro que estimula a necessidade do indivíduo de se fazer entender, de se expressar. E assim nasce uma ligação.. Além da ligação sináptica dos neurônios.. Nasce a ligação entre duas pessoas. Primeiramente acontece por um olhar. O olhar que vê além da íris colorida, o olhar que alcança a alma e chega nos sentimentos e desejos, ele fala mais do que palavras e nesse momento não são precisas as complexas sílabas, pois os dois olhares se completam no silêncio da energia que emanam. Em seguida vem o toque, sutil e inocente, despreocupado e intenso. Falo do toque das mãos em uma face, do acariciar dos cabelos, da aproximação lenta de dois lábios. Os pensamentos fluem em uma sintonia totalmente mútua, os olhares se entrelaça

''As flores''

As flores rabiscam os desenhos mais delicados e sensíveis da natureza. Inundam de cores as árvores mais invisíveis, as que não seriam notadas. Suas pétalas macias, seu açúcar rico em vida, seu aroma imitado nos perfumes. Eu gostaria de viver mergulhada em um mar de flores, embebedada nos perfumes, drogada nos açúcares, jogada em seu cobertor de pelúcia e apaixonada pela sua beleza! É preciso sentí-las, apreciá-las. Tão inofensivas, mas perdidamente hipnotizantes. A beleza das flores, sua cor indefinida, sua imponência, seu olhar e seu sorriso. Tão divinas que se tornam perfeitas para uma analogia. É necessário tempo.. para falar das flores reais.. Então essas, deixa pra outro dia.
Hoje irei alcançar as estrelas, na total forma literal do verbo. São pessoas e mais pessoas, cada qual com seus pensamentos e ideais, vindas de todas as partes do mundo, murmurando os mais diversos dialetos e portando especiarias e trajes variados. Cada um, cada um... e ninguém talvez note uma garota de sobretudo, com fones de ouvido, um caderno e uma caneta, tomando Heineken no balcão da Black Coffee. Hoje eu vou voar para longe com asas de metal emprestadas, vou para um paraíso temporário que me fará bem por esquecer as besteiras de uma vida enlouquecida, mas que me fará também sentir falta das insanidades constantes que estou deixando para trás. Meu voo sai as 21:30..é.. o número 3 que sempre foi meu número da sorte agora está me perseguindo! Poltrona 3F, depois 3B.. e sim, acabei de olhar no relógio e são 20:23! Destino previsível da porra! Certo, estou na segunda Heineken, pra tirar o stress. E pouco alimento e muito álcool sempre arrasam, estou tonta! O sentimento que flui e
O que me vem? Será consistente e certo? Ou fará eu me perder por entre as estradas escuras e gélidas do desconhecido? O que se aproxima, o que é novo, novidade. O que se transforma, o que muda, mudança. Eu me entrego, me jogo, me deixo cair pelo penhasco à beira da correnteza. Sem pedras para me apoiar, sem galhos para me puxar, rumo à rendição, ao abraço confortável das novas águas. O rio é feito de etanol, uma gigante porção alcoólica correndo por entre as montanhas e criando seus caminhos mais marcantes. O rubror das águas mais quentes, sempre avermelhadas e embriagantes. Elas me envolvem com toques sutis da pele aveludada e queimam minhas veias. As águas formam silhuetas atraentes e de olhares marcantes. Olhos da cor dos musgos das árvores da beirada. Os seres marinhos são os mais belos e graciosos. Dançam por entre meus pensamentos e brincam com meus mais incertos sentimentos. Acendem e apagam a luz que guia minha visão e transportam todo o foco de meu nervo óptico para os seus ol
O frescor da brisa que atropela meu rosto energiza minha alma completamente A paisagem, o retrato, o quadro, a fotografia magnífica.. Somente o silêncio do vazio, o roçar das folhas, o canto dos pássaros.. Estes sons fazem multidões serem esquecidas, sonhos serem criados, filmes retornarem à mente. Há tanta vida que perdemos a respiração! É como é bom perdê-la, para depois sabermos como ela é bendita! Horto Florestal - Avaré

''Imensidão''

É quando finalmente viajamos para dentro de nós mesmos. Mais além do que os pensamentos, Mais pra dentro da menor célula.. É a reflexão, o mergulho no próprio ser. O céu é o abrigo de todos, e ao mesmo tempo, a própria alma de todos.