.

Queria que alguém pudesse me contar O que deve ser feito, o que realmente está acontecendo por aqui e por aí.. Se é insistir demais ou se é assim que tem que ser Se a paciência é sinônimo de amor ou de teimosia. Talvez estejamos perdendo tempo nesse barco ou talvez só nos deixamos desviar para perder tempo por entre tempestades. Ainda que eu não saiba falar a língua do amor, Renato Russo nos destila todos os seus significados. Pelo visto tenho que parar para prestar atenção. Anyway, se é tão certo pular do barco, por que sinto essa sensação tão esquisita? It's a beautiful day.

Eu já lhe escrevi tantas vezes.. E tantas delas foram sobre um amor intenso e poético. Agora nossas vidas são paralelas. Estamos lado a lado mas não podemos nos encontrar. Minha poesia mudou de foco, a sua talvez tenha se perdido em seus devaneios. Eu não sei mais quem é você, em que você se tornou, Eu não sei por quais ruas anda e quem são as pessoas que ama. De seu só sei nome, sobrenome e telefone. O que é o bastante para te encontrar às vezes sem querer. Você me tirou de um estilo de vida sem rumo pra se afundar no seu próprio estilo de vida sem rumo. Decresceu, se escondeu. O que você mais ama é o que te destrói. Isso também é uma forma de suicídio, meu amor. Queria eu te tirar desse estilo de vida sem rumo. Agora aí dentro tem beleza e descontrole. Aonde foi parar a mulher forte de cara fechada? A musa antiga virou Courtney Love, e a música antiga me faz preferir pensar em outra coisa. Vai saindo, meu bem. Vai aprendendo de novo a viver de olhos abertos. Eu só quero que você flor

Todos os conselhos são para não ir com muita sede ao pote. Ultimamente sede tem sido meu nome do meio, da esquerda e da direita. Tem rapidez em tudo, desejo em tudo, ânsia por tudo e azia por nada. Ás vezes penso que meu estômago não vai aguentar tantas borboletas. E a tal da sede nunca termina, nunca se sacia. Eu quero beber até não poder suportar, quero mergulhar nesse tremer de paredes até nada ouvir, quero fechar os olhos para sentir mais forte, e quero tudo.

Teus olhos explodindo, brilhando de ansiedade Está mentindo E não se intimida É algo que pra você funciona bem Há algo em você de mistério e é Que eu lhe espero E você vai embora. Não tem nada que lhe dê medo, amor Sempre vai um pouco mais além Você ri e se move Frente ao espelho eu me pergunto Que demônios será que você quer Você é incontrolável E lhe abraço e você me arranha Você é insaciável E eu te beijo Sei que me engana De qualquer maneira Não te deixo por nada E lhe quero inclusive um pouco mais Você é inflamável Me queima e me joga água Incontrolável Esse desejo Você é indomável Não há ninguém que possa parar a sua boca Come maças envenenadas E eu não posso te deixar Exibe suas cicatrizes Como pinturas de guerra No reflexo do espelho

Caminho conhecido, feito a muito tempo atrás.. Uma hora de estrada, o céu nublado, gostas caindo pelo retrovisor, Posso ouvir uns sermões sussurrados em meus ouvidos; e minha consciência, na forma de uma senhora de unhas vermelhas, querendo discutir a bíblia. Mas sobre o caminho... Agora o refaço de forma totalmente diferente. Tudo é igual. Exceto eu mesma. Claro, talvez eu ainda carregue um pouco da timidez embutida em meu caráter, alguns jeitos e traços, Mas por dentro, bem na cabeça, a coisa mudou e muito. Meu bem, não é preciso ter música. Não necessito nem do ruído do vento para sentir mais pulsação e fúria. O sangue quase explode na veias, ferve e sai pelos buracos destes corpos. Eu sou o que está ali, nua e crua. Feita e refeita por esses seus olhos que me fitam e eu não adivinho o que pensam.

Passageiros do trem da vida. O trem está apitando, as máquinas ferventes e a fumaça conquistando o céu azulado. Alguns estão sentados no assento, apáticos. Outros olham a natureza que passa emoldurada pela janela, olhos deslumbrados e desejosos. Têm alguns que estão em pé, outros encostados nas paredes e alguns até trabalhando como comissários. Todos... Passando pelos campos cobertos de gramado e árvores extremamente verdes. Há encostas repletas de um tapeteado de flores quentes e o vento que sopra é vindo de algum lugar fresco como a foz de um riacho. Esse pessoal está todo de passagem, talvez desembarquem, talvez partam para outra estação, ou simplesmente continuem. Bom.. Eu estou alí, sentada na cadeira ao lado da senhora com o jornal. Admiro a paisagem com o vento em meus cabelos; e meus olhos deitados por cima das flores intensas do campo. Passageira da vida, mas talvez ninguém que esteja naquele vagão se sinta mais passageira do que eu. Os abraços não parecem oferecidos por mim,