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Mostrando postagens de novembro, 2009

monólogo na varanda

Eu tenho tanto sol em meus olhos Ele ilumina os caminhos alternativos da minha rua É bom mudar o caminho de casa, Bom optar por novas travessas, ver outras flores. O caminho não se torna cego aos meus olhos deste modo. Eu preciso derramar quilos de qualquer coisa adocicada nesta saleira para o gosto doce voltar aos meus lábios. Preciso do que é doce de volta. Ainda soa para mim como um desafio, uma batalha perdida que vai resultar na guerra vencida. Talvez seja sadismo de minha parte me deliciar com isso, talvez seja estratégia ou sentimento. Presumo que ninguém conhece a resposta, nem mesmo quem deveria saber, nem mesmo a vizinha jeitosa do 36. Eu a vejo da varanda, despreocupada na piscina. Sua vida é somente dela, seus pensamentos são do protetor solar. Ela sabe sobre mim somente o bastante. Ela sabe sobre mim o mesmo que eu sei. A única diferença é que eu sei Que eu adoro uma guerra.

it's life, dudge

O filme acabou. Apagaram-se as luzes e a modelo desceu da passarela. Terminou o livro. As cortinas vermelhas se fecharam. A chuva passou, a música nova parou de tocar. O almoço foi retirado, mas tudo bem. Já comi bastante, matei minha fome. A última balinha de goma já foi digerida e a última bolacha do pacote virou migalha por aí, não gosto de doces. As portas da casa noturna se fecharam com medo do dia, os cigarros estão em pontas, o copo metade vazio. O texto se tornou um ponto final, a luta acabou em nocaute ainda nos dois minutos. O palhaço cessou o sorriso e lavou o rosto em sua casa de papelão. O trem passou e se foi, o despertador tocou mais de sete vezes. Cara, acabou a luz! Foi-se a monarquia.

novo rock das folhas

Gostaria de saber quando as coisas morrem A partir de que ponto, que palavra, que olhar. É tudo claro e ao mesmo tempo embaçado Os copos de água parecem ter gosto de vinho E o vinho se esconde na adega com gosto de água sem gelo. Talvez tudo não passe de sacolinhas de plástico Descartáveis e frágeis, pálidas e rasgadas. Talvez eu seja pesada demais para tanta delicadeza. Eu provei do vinho e me encantei com o sabor tão sofisticado Mas ele é traiçoeiro, depois de um tempo me derruba e engana meus passos. Me vejo agora com o que tinha, meus copos de água gelada de um frigobar que não é meu Eles me fazem bem, até certo ponto. Me recordam o inverno com as madrugadas frias, olhando o ventilador. Tardes frias no parque quente, pombas assassinas Saltos na relva abundante. Pobres duendes, arruinei sua festa! Os days after são péssimos, só criam monólogos internos exteriorizados. Desconexos. Somente sei que agora descobri outro parque. Outra bolha, outra lógica. Soa bem clichê, mas agora It'

se alguem souber a receita..

Fiz um comentário num blog e gostei do que saiu, então veio pra cá. Intenso. É isso que define quando perdemos a alma por um amor. Quando caímos nesse turbilhão de pensamentos inseguros, nessas meiguices ridículas do romantismo, nesse caos que o ciumes causa. Sem a intensidade não há paixão, sem a paixão o amor não tem graça. A paixão nos faz perder o controle, isso pode ser bom e pode ser ruim. No meu caso as vezes pende para o lado ruim. infelizmente! mas isso é inevitável. Por mais amor, intensidade e paixão que se tenha também é necessário o momento certo. Senão as duas almas caminham para lados diferentes. E também é preciso saudade, por mais torturante que seja. a saudade é fundamental! Esse rock antigo ainda está parecendo um heavy metal desengonçado. Só depende de quem?

definição

Eu escrevo sobre coisas desconhecidas, ilógicas, perdidas. Escrevo para tentar ouvir o que a folha de papel sussurra ao receber minhas prosas. Os profetas de minha existência são, infelizmente, mudos. A folha só me mostra o que eu quero ver, o céu não ensinou a língua portuguesa ao vento, seu mensageiro, e o resto não sabe sobre a minha alma. Eu escrevo só juntando. Juntando emoções e letras desconexas que formam uma trilha para o meu interior. Meus textos são demarcações que me decifram por inteira, me dão de bandeija, me servem com arroz, feijão e fritas na mesa do bom entendedor. As minhas palavras flutuam em diversas dimensões. Partem de fora para fora ou do coração para fora. Essa diferença só depende de quem cruza meu caminho, se viajante ou importante. Me importa o que vem, mas não suporto o que se vai. E tantas coisas já se foram para uma outra viagem. E tanta coisa não pôde mais voltar. Eu sou viajante de mim mesma. Entro e saio, chego e me vou. Sou viajante de todos, ando a o

estudo sobre a solidão

Solidão. É estar só. E só. E só nos dias e noites que se arrastam através da janela. Só, somente. Apenas só. A solidão é um estado de espírito, estado de sítio. Total ausência e falta. A falta é a única que comparece. É a sobra de distância, abstinência. Pode ser a falta de amor ou a presença de um amor ausente. Eu não sei lidar com a minha solidão, às vezes a desejo, outras vezes amaldiçôo. Clamo por sua apetitosa mordida que me retira deste mundo e me leva para o dela Mas, uma vez lá, sinto o gosto desgostoso da podridão dos meus pensamentos sós. Ouço o eco dos vermes carcomendo minhas paredes. Converso com as sementes de minha paranóia. O eterno paradoxo da solidão, o furacão que impulsiona para longe ou que afunda nos breus da alma. Eu procuro andar no meio desse turbilhão extremista Bambear para os lados pode ser letal para minha sobriedade sobre quem sou, e perdê-la significa perder vinte anos de estudo.