Passageiros do trem da vida.
O trem está apitando, as máquinas ferventes e a fumaça conquistando o céu azulado.
Alguns estão sentados no assento, apáticos. Outros olham a natureza que passa emoldurada pela janela, olhos deslumbrados e desejosos.
Têm alguns que estão em pé, outros encostados nas paredes e alguns até trabalhando como comissários.
Todos...
Passando pelos campos cobertos de gramado e árvores extremamente verdes.
Há encostas repletas de um tapeteado de flores quentes e o vento que sopra é vindo de algum lugar fresco como a foz de um riacho.
Esse pessoal está todo de passagem, talvez desembarquem, talvez partam para outra estação, ou simplesmente continuem.
Bom.. Eu estou alí, sentada na cadeira ao lado da senhora com o jornal.
Admiro a paisagem com o vento em meus cabelos; e meus olhos deitados por cima das flores intensas do campo.
Passageira da vida, mas talvez ninguém que esteja naquele vagão se sinta mais passageira do que eu.
Os abraços não parecem oferecidos por mim, talvez seja outra pessoa que o faz, ou talvez eu já esteja indo embora.
Meu coração diz que é melhor olhar estes olhos demoradamente, porque algum dia não tornará a vê-los.
E seguem-se assim meus sentimentos, sentimentos de viajante que cumpriu sua tarefa.
Talvez eu esteja presente só para marcar sua vida, para transformá-la.
Quem garante por quanto tempo irei ficar?
A paisagem lá fora me entorpece,
Por quanto tempo ficarei dentro desse vagão?
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