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voando como colibris

Este é um testamento. Últimas palavras de um ser que se foi e escreve para deixar algum legado a quem lê.
O dia passando pela janela. Nasceu o sol, que depois se foi, e nublou como que se preparando a chuva, que ainda não caiu.
Talvez quando ela cair eu já não esteja mais aqui. O cigarro me nutre, fortifica meu corpo como alimento, e a MPB no rádio musifica meus ouvidos e diminui o tormento com o barulho ensurdecedor do silêncio.
Pra quem fica eu deixo amores abandonados e pela metade, lembraças de risos calados. Pra quem vai comigo eu espero que tenha sorte e muita coragem.
Eu vou com a cabeça erguida porque sei que somente esta é a cura para o que resta.
O que nasce do fogo se fortifica. Sinto a energia correndo por todo o meu corpo, talvez seja a energia necessária para a partida.
Sei que tenho que ir embora, vou renascer em outra dimensão e deixar o que eu amo em paz. Me livrei das amarras, vou pular para os céus e voar feito um colibri.
Últimas palavras de um ser que se foi para que a vida possa acontecer. Eu deixo as portas abertas para quem quiser entrar. E saiu.
Permitir, eu vou permitir que a vida aconteça de verdade para mim. Impulso.
As últimas palavras antes de partir: ''Somos quem podemos ser.''
Eu fui embora. E fim.

Jenaro Goretti [pseudonimo; não foi minha alma que escreveu este texto, apenas saiu]

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