O vento gélido balança as folhas das árvores. Um sombreado pálido se projeta em torno de seus galhos.. culpa da lua, que brilha tão redonda quanto uma bola de bilhar.
As nuvens tímidas rumam lentamente para a direção leste, exatamente na mesma direção que ela caminhava.
Seu cigarro sempre preso à mão direita, que periodicamente alcançava a boca em pequenos tragos.
Os olhos atentos à rua deserta e negra, as poucas luzes que surgem no horizonte são dos postes de luz que brilham fracos por detrás dos prédios e arbustos mal cuidados.
O asfalto emana uma frieza que gela suas veias, seu allstar congela e transpassa a falta que a noite trás para o resto de seu corpo.
A noite.. ausência de luz, ausência de movimento, ausência de pessoas, ausência de limites.
Qualquer álcool já é o bastante para aquecê-la.
O jeito displicente e a falta de rumo a guiam para os lugares dos quais ela pertence.
E aonde mora, a garota se perde. Se esconde por entre as paredes, se tranca embaixo do ralo, sacrifica metade de sua consciência.
Estou ficando lelé mesmo Com essa brincadeira de ser ou não ser.. A questão não existe, a questão não está em questão. Mas o ser ou não ser está sendo ensaiado nesse palco. Não tem ninguém pra assistir, nas cadeiras vazias somente a sombra de um ou dois espectadores. Eu também estou sentada lá atrás, olhando tudo de cima, criticando minha performance, e você está ao meu lado para me dirigir. Me dirige nesse ser ou não ser, numa peça sem fim. Não tem roteiro, não tem marcação, não tem nem imaginação. Só tem a reação verdadeira e espontânea. Então, penso eu, seja a atuação perfeita. Estamos fazendo um ótimo trabalho, é uma pena, mas uma pena mesmo, que não possamos apresentar.
Eu fiquei super feliz por você ter deixado um recado no meu :)
ResponderExcluirObriigada..
lindo demais seu texto,sem palavraas...
beeijos :*
vc é poeta?
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